From Paris down to Turkey: Liverpool 1–0 Real Madrid

Luiz Felipe Gomes Santos
3 min readMay 29, 2019

A série a seguir conta a história dos cinco triunfos do Liverpool na Champions League, um por um.

Após dois títulos em duas temporadas, o caso de amor entre Liverpool e a Liga dos Campeões sofreu um baque temporário com duas eliminações na primeira fase nos dois anos seguintes, para Nottingham Forest e Dinamo Tbilisi.

Em 81, no entanto, o Liverpool, ainda com boa parte da equipe que triunfou sobre o Club Brugge em 1978, fez as pazes com a competição mais charmosa do mundo.

Eliminando o Aberdeen de Sir Alex Ferguson nas quartas-de-final e passando pelo Bayern de Munique na semifinal pela regra do gol fora, o Liverpool tinha pela frente o Real Madrid no Parc des Princes.

Os preparativos para a final não foram nada ideais. Kenny Dalglish perdeu mais de um mês devido a uma lesão no segundo jogo da semifinal contra o Bayern e não jogou nenhum outro jogo na temporada até aquela final. Alan Kennedy também perdeu 6 jogos consecutivos antes de retornar de lesão no último jogo da liga inglesa. Ambos eram importantes demais para serem deixados de fora da final e os jovens heróis do jogo na Alemanha — Howard Gayle e Richard Money, que entraram numa fogueira e deram conta do recado — voltariam ao banco.

Apesar da fama de futebol bem jogado que o Real Madrid conquistou durante a era Di Stéfano, o time que foi a campo em 1981 naquela final europeia não se assemelhava em nada aos seus antepassados. Era um time que, honestamente, era mais inglês que espanhol em seu modo de jogo. Forte, sem medo de divididas, jogo físico…

O jogo foi feio por boa parte, com chances vindo de chutes de fora da área (geralmente com Graeme Souness) e segundas bolas para o lado do Liverpool, enquanto o Real Madrid estava feliz em se defender.

No segundo tempo o jogo se abriu mais, mas as chances ainda eram poucas para ambos os lados. A primeira chance real veio para o Real Madrid, após um erro de comunicação da defesa do Liverpool que terminou com José Camacho saindo frente a frente com Ray Clemence e o goleiro, vendido, só observou a bola de Camacho o encobrindo e, por sorte, encobrindo também a trave.

Já perto do fim de um jogo bem chato, o Liverpool ganhou um lateral perto da área. Ray Kennedy cobrou e achou seu chará Alan Kennedy, que dominou a bola no peito, invadiu a área e fuzilou o gol de Agustín após 81 minutos de jogo. O camisa 3 provou que era, de fato, indispensável para Bob Paisley.

O Real Madrid não tinha outra alternativa senão atacar mas o baque do gol foi tão grande que a equipe se desesperou e o Liverpool por pouco não ampliou o jogo quando quando Agustín rebateu mal o cruzamento de Kenny Dalglish e Terry McDermott bateu de frente para o gol mas o goleiro Madrilenho recuperou-se a tempo de espalmar o chute do camisa 10.

A torcida do Liverpool que atravessou o canal em grande número estava pronta para comemorar e aos exatos 45 do segundo tempo o húngaro Karoly Palotai decidiu apitar o fim do jogo, sem acréscimos.

O Liverpool consagrava-se campeão da maior competição de clubes da Europa pela terceira vez em cinco temporadas e Bob Paisley tornou-se o primeiro treinador a conquistar três títulos de Copa Europeia.

LIVERPOOL: Clemence, Neal, Alan Kennedy, Thompson, Ray Kennedy, Hansen, Dalglish, Lee, Johnson, McDermott, Souness.

REAL MADRID: Agustin, Garcia Cortes, Garcia Navajas, Sabido, del Bosque, Angel, Camacho, Stielike, Juanito, Santillana, Cunningham.

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